Passaram três dias sobre a apresentação do estudo da Cáritas sobre as políticas de combate à pobreza em Portugal. Com a suprema autoridade de quem fala a partir de um conhecimento adquirido num quotidiano de presença na realidade da vida dos pobres - os declarados e os muitíssimos outros -, a Cáritas veio mostrar o País que somos: um país em que o risco de pobreza atinge 23,5% da população. Mas, mais do que esse número da vergonha nacional, a Cáritas diz sobretudo outra coisa a Portugal: sendo a causa principal da pobreza os salários baixos e as pensões miseráveis, não há socorro nem políticas de resposta que, a manter-se este padrão de salários baixos, consigam combater eficazmente a pobreza entre nós.