No dia 17 de janeiro de 1961, morreu Patrice Lumumba. Foi um dirigente políico congolês, que defendia a unidade e a luta dos povos africanos contra o colonialismo e o imperialismo. Por António José André.
Lumumba nasceu, dia 2 de julho de 1925, em Onalua (região de Sankuru), quando o seu país estava sob o domínio colonial belga. Depois de receber uma educação familiar, frequentou uma escola de missionários católicos e uma escola protestante.
Em 1943, após concluir os estudos básicos, Lumumba saiu da sua terra natal e começou um novo percurso de vida: foi empregado na companhia Symaf (Syndicat Minier Africain) e no serviço de correios.
Em 1958, depois de ter sido eleito presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores Congoleses, Lumumba fundou o MNC (Movimento Nacional Congolês): primeiro partido político africano/congolês.
Nesse ano, participou na I Conferência dos Povos Africanos, onde se encontrou com outros dirigentes africanos: Sekou Touré (Guiné Conakry), Julius Nyerere (Tanzânia), Tom Mboia (Quénia), e Kwame Nkruma (Gana).
Inspirado pelos ideais do pan-africanismo, Lumumba assumiu uma militância anticolonial, defendendo a unidade nacional entre as diferentes etnias do Congo e a libertação do domínio belga.
Lumumba centrou a sua ação política na unidade nacional. Essa postura valeu-lhe o ódio dos colonialistas que queriam derrubá-lo, instigando a rivalidade entre etnias, mediante suborno, promessas e intimidações.
Em 1959, Lumumba participou, em Bruxelas, na fase final das negociações para a independência do então Congo Belga, onde foram assinados os protocolos sobre a transição para um governo congolês.
No dia 30 de junho de 1960, quando foi proclamada a independência do Comgo (depois Zaire e, atualmente, República Democrática do Congo), Patrice Lumumba tomou posse como Primeiro-Ministro.
Defendendo um país independente e unitário, Lumumba foi considerado demasiado próximo da União Soviética. A decisão de eliminá-lo foi atribuída à CIA e ao governo belga, contando com a colaboração do general Mobutu.
No dia 17 de janeiro de 1961, Lumumba foi morto sob tortura. Numa carta deixada à sua mulher, Pauline Opangu, dizia: “A minha fé é inquebrável. Sei e sinto no fundo de mim que, cedo ou tarde, o país libertar-se-á de todos os inimigos internos e externos e levantar-se-á para dizer não ao vergonhoso e degradante colonialismo”. O assassinato de Patrice Lumumba, transformou-o num símbolo da luta anticolonialista africana.