No dia 9 de junho de 2007, faleceu Ousmane Sembène. Foi um escritor, realizador de cinema e ativista político senegalês. Considerado "pai" do Cinema Africano e uma das figuras proeminentes da literatura sub-sahariana. Por António José André.
Ousmane Sènembe nasceu a 1 de janeiro de 1923, em Zinguinchor, povoação situada na região de Casamance (Senegal). Filho de pescadores, frequentou a Escola até aos 14 anos. Aos 15 anos, Sènembe começou trabalhar, passando por várias profissões: pescador, aprendiz de mecânico, pedreiro, operário da ferrovia e militar. Participou em campanhas, na Itália e França, contra o fascismo e nazismo.
Depois da Segunda Guerra Mundial, Sènembe trabalhou em Marselha como estivador e tornou-se ativista sindical. Esta experiência proporcionou-lhe estudar o tema do seu primeiro livro, "Le Docker Noir" (1956). Em 1950, filiou-se no Partido Comunista Francês, onde militou até à independência do Senegal (1960).
Ousmane Sènembe formou-se como realizador de cinema, nos Estúdios Gorki de Moscovo. De regresso a África, Sènembe desenvolveu uma dupla atividade criativa, como escritor e realizador de cinema. Em 1963, dirigiu o seu primeiro filme, "Borom Sarret", ao qual se seguiram outros 14.
Sembène denunciou o nepotismo e a corrupção no filme "Le Mandat", sendo censurado pelas críticas feitas à burguesia e à aristocracia local. Em 1969, fundou a FEPACI (Federação PanAfricana de Cineastas), que defendia os direitos deste coletivo na promoção de cinema africano.
Em 2000, Sembène iniciou um triptíco sobre o heroísmo quotidiano da mulher africana com "Faat Kiné". Em 2005, saiu o seu segundo filme "Moolaadé" (2005). "Quero manter a minha estética o mais próximo possível da narrativa oral tradicional dos nossos países. Não uso métodos de Hollywood ou do cinema europeu. A minha meta é criar uma linguagem africana", declarou Sembène.
Ousmane Sènembe faleceu a 9 de junho de 2007, em Dakar. É considerado o "pai" do Cinema Africano e uma das figuras proeminentes da literatura sub-sahariana.