No dia 4 de outubro de 2009, morreu Mercedes Sosa. Foi uma cantora argentina., que ficou conhecida como a voz das/dos "sem voz". Por António José André.
Mercedes Sosa nasceu a 9 de julho de 1935, em San Miguel de Tucumán (noroeste da Argentina). Desde pequena, gostava de expressões artísticas populares e de danças folclóricas.
Aos 15 anos, ganhou um concurso promovido pela rádio da sua cidade, apresentando-se como Gladys Osório. Foi o início duma carreira dedicada à música folclórica argentina e latino-americana.
Em 1965, Mercedes Sosa foi a revelação do Festival Nacional de Folclore de Cósquin. Em 1967, realizou a sua primeira tournée pelos Estados Unidos e pela Europa.
No início dos anos 70, Mercedes Sosa gravou “Cantata Sudamericana” e “Mujeres Argentinas”, álbuns que a confirmaram como uma grande artista.
As obras desse período evidenciaram a rebeldia de Mercedes Sosa para com os tradicionalismos e a sua relação inorgânica com o Partido Comunista Argentino.
Essa relação custar-lhe-ia a perseguição da extrema direita, do governo de Perón e a censura de canções nos meios de comunicação durante a ditadura militar argentina.
Em 1979, durante um concerto na cidade de La Plata, Mercedes Sosa foi presa. A partir daí, começou o exílio. que a levou a Paris e Madrid.
Em 1982, regressou à Argentina, quando os militares deixaram o poder. Nesse ano, realizou uma sequência de apresentações, que foram compiladas num disco histórico: “En Vivo en Argentina”. Mercedes Sosa foi uma figura de relevância internacional e gravou canções com os melhores músicos do seu tempo. Ficou conhecida como a voz das/dos "sem voz".
Fez parte do movimento "Nueva Canción", que propunha uma evolução da música folclórica com a integração doutras vertentes populares.