No dia 29 de julho de 1983, morreu Luis Buñuel. Foi um realizador de cinema espanhol, naturalizado mexicano. Foi influenciado por Salvador Dali e Frederico Garcia Lorca, entre outros. Por António José André.
Luís Buñuel nasceu a 22 de fevereiro de 1900. Em 1906, entrou para o Colégio dos Irmãos Coraçonistas, onde começou os primeiros estudos. Completou o ensino médio no Instituto de Segunda Enseñanza de Saragoça.
Em 1917, Buñuel foi para Madrid e tirou o curso de engenheiro agrónomo. Depois, estudou Ciências Naturais. Em Madrid, conheceu Salvador Dalí, Garcia Lorca, Rafael Alberti e Pepín Bello, que exerceram grande influência na sua obra.
Interessou-se por teatro e montou uma peça de teatro cómica com Garcia Lorca e Dalí. Buñuel apreciava o cinema cómico norte-americano e atores como Buster Keaton e Harold Lloyd.
Buñuel escreveu poemas para as revistas "Ultra" e "Horizonte". Estudou História na Universidade de Madrid e fez amizade com Miguel de Unamuno, Juan Jiménez, Manuel de Falla, Ortega y Gasset.
Em 1925, Buñuel mudou-se para Paris e trabalhou como assistente de Jean Epstein. Em 1926, montou a peça de teatro “El Retablo de Maese Pedro”, em Amsterdão. Publicou poemas e crítica cinematográfica em "Cahiers d'Art" e "La Gaceta Literaria".
Um filme Fritz Lang “As Três Luzes” impressionou-o e começou a dedicar-se ao cinema. Entrou para a Academia de Cinema de Paris, onde assistiu aos cursos de Epstein. Em 1927, escreveu o seu primeiro guião para a celebração do centenário da morte de Goya.
Em 1929, Buñuel rodou “Um Cão Andaluz”, curta metragem muda de 17 minutos, verdadeiro manifesto surrealista. A sua estreia causou escândalo e teve a exibição suspensa por atentar contra os princípios morais e costumes estabelecidos.
Em 1930, Buñuel dirigiu “A Idade do Ouro”. Em 1931, a Metro-Goldwyn Mayer contratou-o porseis meses. Conheceu Charles Chaplin e Sergei Eisenstein. Regressou a Espanha.
Em 1932, Buñuel afastou-se do surrealismo e aproximou-se do Partido Comunista, colaborando com a Associação de Escritores e Artistas Revolucionários. Nesse ano, fez o documentário “Terra sem Pão”, proibido pela censura.
Quando começou a Guerra Civil, Buñuel foi destacado para França a fim de coordenar as missões de propaganda. Ajudou André Malraux a rodar “Sierra de Teruel”. Depois, o governo republicano enviou-o a Hollywood para supervisionar filmes sobre a Guerra Civil.
Em 1941, Buñuel foi contratado pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, como produtor associado na área de documentários. Em 1946, chegou ao México para filmar uma adaptação de “A Casa de Bernarda Alba de Lorca”. O projeto que foi suspenso.
Em 1949, Buñuel naturalizou-se mexicano e dirigiu “La Gran Calavera”. Em 1950, rodou “Os Esquecidos”, dando início a uma série de filmes de denúncia social. Em 1951, Buñuel filmou “La Hija del Engaño”, “Una Mujer Sin Amor” e “Subida ao Céu”.
Em 1952, Buñuel rodou “O Bruto” e “Robinson Crusoé”. Em 1953, rodou “Escravos do Rancor” e “A Ilusão Viaja de Trem”. Em 1954, filmou “O Rio e a Morte”. Em 1955, rodou “Ensaio de um Crime”. Em 1956, Buñuel dirigiu “La Mort en ce Jardin”, co-produção franco-mexicana. Em 1958, rodou “Nazarin” com o qual conquista a Palma de Ouro, em Cannes. Regressou a Espanha, em 1961, rodando “Viridiana” que recebe furiosos ataques da Santa Sé.
Em 1963, Buñuel dirigiu “Diário de uma Camareira”. Depois, filmou “Simon do Deserto”, inspirando-se em ideias de Lorca. Com a estreia de "La Belle de Jour", em 1966, conquistou um estrondoso êxito e o Leão de Ouro de Veneza.
Em 1970, Buñuel rodou “Tristana”, filme sobre a obra de Galdós, com um grande elenco: Catherine Deneuve, Fernando Rey e Franco Nero. Em 1972, rodou “O Charme Discreto da Burguesia” e obtém o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Em 1974, rodou “O Fantasma da Liberdade”. Em 1977, terminou o seu último filme “Esse Obscuro Objeto do Desejo”. Em 1982, foi publicado “Meu Último Suspiro”, memórias ditadas a Jean-Claude Carrière. Luís Buñuel faleceu, no México, no dia 29 de julho de 1983.