No dia 15 de abril de 1986, faleceu Jean Genet. Foi um escritor e dramaturgo francês. Empenhou-se na defesa dos trabalhadores imigrantes em França, na causa palestiniana, dos "Panteras Negras" e da "Beat Generation". Por António José André.
Jean Genet nasceu a 19 de dezembro de 1910, em París. A sua mãe prostituta entregou-o à assistência social. Aos 8 anos, foi adotado por um casal de camponeses de Morvan (centro de França).
Ali permaneceu até aos 10 anos, quando foi acusado de roubo e enviado para um reformatório. Em 1930, Jean Genet alistou-se na Legião Estrangeira, que o levou à Síria. Desertou 5 anos depois.
Jean Genet começou um longo caminho errante pelos bairros pobres de várias cidades europeias. Em 1947, foi condenado a prisão perpétua.
Durante a sua permanência na prisão, escreveu e publicou vários livros. O seu prestigio literário moveu um grupo de autores, que pediu a sua libertação. Em 1948, o presidente francês concedeu-lhe a libertação.
Jean Genet criou uma mitologia pessoal marcada por escândalos. Colecionou amantes, que o acompanharam no "bas fond" parisiense e conquistou a nata da intelectualidade europeia.
Os seus primeiros trabalhos, "Nossa Senhora das Flores" e "O Milagre da Rosa", chamaram a atenção de Jean Cocteau, mas foi através da influência de Jean Paul Sartre que ficou famoso. A sua prosa carateriza-se pelo uso da linguagem do "bas fond".
Jean Genet foi amigo dos filósofos Jacques Derrida e Michel Foucault, dos escritores Juan Goytisolo e Alberto Moravia, dos compositores Igor Stravinski e Pierre Boulez, dos pintores Leonor Fini e Christian Bérad…
A partir dos anos 1970, Jean Genet empenhou-se na defesa dos trabalhadores imigrantes em França, na causa palestiniana, dos "Panteras Negras" e da "Beat Generation".
Jean Genet publicou as suas memórias no livro "Diário de um Ladrão", onde narrou as suas aventuras e as suas paixões. Faleceu a 15 de abril de 1986, num hotel parisiense, que era a sua residência habitual.