No dia 30 de janeiro de 2006, morreu Coretta Scott King. Foi uma escritora, cantora e ativista norte-americana. Defendendo a igualdade e a justiça, lutou pelos direitos dos negros e das mulheres. Defendendo a paz, lutou contra a Guerra do Vietname e a invasão do Iraque. Por António José André.
Coretta Scott nasceu no dia 27 de abril de 1927, em Marion (Alabama). Frequentou o ensino básico, em Lincoln (localidade a seis quilómetros da sua), tendo que fazer o percurso a pé, pois o sistema de segregação racial não lhe permitia andar no autocarro utilizado pelos estudantes brancos.
A partir de 1945, Coretta Scott entrou para um colégio, em Antioquia (Ohio), onde também sofreu injustiças raciais. Decidida e segura de que poderia competir com as pessoas "de diferentes origens raciais, étnicas ou culturais", especializou-se como professora do Ensino Primário.
Com grande talento musical, Coretta Scott tocava trompete, piano e violino. Também cantava num coro e deu o primeiro concerto, na Segunda Igreja Batista, em Springfield (Ohio). Em 1951, matriculou-se no Conservatório de Nova Inglaterra, em Boston. Em 1954, licenciou-se em música.
Conheceu Martin Luther King Jr. (estudante de Teologia), em Boston. Ambos partilhavam os ideias de justiça e liberdade. Casaram-se em 1953 e mudaram-se para Montgomery (Alabama), em 1954. Luther King passou a ser pastor da Igreja Baptista e era reconhecido como líder dos direitos civis.
Coretta Scott King participou ativamente na organização das marchas e protestos cívicos. Deu "Concertos de Liberdade", cantando, lendo poesia e dando palestras sobre a história dos direitos civis. Estes concertos serviam para angariar fundos para a Southern Christian Leadership Conference (organização fundada por Luther King, em 1957).
No dia 4 de abril de 1968, Luther King foi assassinado, em Memphis (Tennessee). Quatro dias depois, Coretta Scott King e os filhos voltaram a Memphis para liderar uma Marcha, que tinha sido planeada por Luther King.
Em junho de 1968, Coretta discursou na Campanha dos Pobres, em Washington DC. Nesse ano, fundou o Centro King, entidade para auxiliar e promover a igualdade racial. Em maio de 1969, liderou uma manifestação de trabalhadores hospitalares, em Charleston (Carolina do Sul).
Coretta Scott King, além de lutar pela igualdade racial, participou no movimento contra a Guerra do Vietname. Ela tornou-se ativa no movimento das mulheres e apoiou o movimento em defesa dos direitos LGBT. Defendendo a paz mundial, manifestou-se contra a invasão do Iraque.