No dia 6 de abril de 2003, morreu Babatunde Olatunji. Foi um percussionista e ativista social nigeriano. As suas posições políticas progressistas são descritas em "A Batida do Meu Tambor", uma autobiografia com prefácio de Joan Baez. Por António José André.
Olatunji nasceu em Ajido, (Estado de Lagos, sudoeste da Nigéria). Em 1950, recebeu uma bolsa de estudos do Rotary e foi estudar no Morehouse College, em Atlanta (Geórgia). Era amigo do diretor do Glee Club e colaborou num Coral com um conto de Natal nigeriano: "Betelehemu".
Depois de se formar na Morehouse, Olatunji foi para a Universidade de Nova Iorque e estudou administração pública. Ali, criou um pequeno grupo de percussão para ganhar dinheiro, enquanto prosseguia seus estudos.
Em 1957, depois de ouvir Olatunji tocar ao vivo com a orquestra da Radio City Music Hall, John Hammond, da Columbia Records assinou um contrato com ele. Em 1959, lançou o primeiro álbum, "Drums of Passion", que foi um grande sucesso e serviu de nome para a banda.
Olatunji ganhou seguidores no jazz. Manteve uma forte relação com John Coltrane, que o ajudou a fundar o Centro Olatunji de Cultura Africana, em Harlem. Gravou com muitos músicos: Cannonball Adderley, Horace Silver, Quincy Jones, Pee Wee Ellis, Stevie Wonder, Randy Weston, Max Roach, Bob Dylan.
Em 1969, Carlos Santana teve um grande sucesso com a versão da música "Jin-go-lo-ba", do primeiro álbum de Olatunji, que Santana gravou como "Jingo". Em 1979, Olatunji participou do Festival Amandla, ao lado de Bob Marley, Dick Gregory, Patti LaBelle, entre outros.
Como ativista social. Olatunji visitou o Sul dos EUA com Martin Luther King e juntou-se a ele na marcha para Washington. Mais tarde, foi um dos primeiros artistas estrangeiros a apresentar-se, em Praga, a pedido de Václav Havel.
As suas posições políticas progressistas são descritas em "A Batida do Meu Tambor", uma autobiografia com prefácio de Joan Baez (Temple University Press, 2005).