Share |

Memórias: 3 Mulheres Cientistas Afro-Americanas na NASA

No início da década de sessenta, um dos grandes feitos da NASA foi levar um norte-americano ao espaço. John Glenn ficou famoso pelo facto, mas os cérebros por trás dessa operação foram 3 mulheres cientistas afro-americanas. Por António José André. 

Katherine Johnson nasceu a 26 de agosto de 1918, na Virgínia Ocidental. Foi uma aluna genial. Formou-se com 14 nos no High School e com 1 anos na Faculdade. Trabalhou durante anos como professora. Em 1953, conseguiu entrar no Comité Nacional de Consultoria para Aeronáutica (NACA): agência que daria origem à NASA, em 1958. Inicialmente, era computer humano: resolvia cálculos que os computadores viriam a fazer mais tarde. Katherine Johnson foi responsável por calcular a trajetória da expedição de Alan Shepard, em 1961. Durante a operação que colocou John Glenn na órbita da Terra, ela foi crucial para a verificação dos cálculos feitos em computador. Mesmo com a ascensão da tecnologia, as contas feitas por computadores precisavam de ser exaustivamente analisadas. Em 1969, contribuiu para planear a trajetória do Apollo 11. 

Katherine Johnson foi a primeira grande mulher da história da NASA. O reconhecimento só foi feito, em 2015, quando recebeu uma condecoração de Barack Obama. Em maio de 2016, a NASA inaugurou uma central de pesquisa que foi batizada com o seu nome..

Dorothy Vaughan nasceu a 20 de setembro de 1910, em Missouri. Iniciou a sua carreira na NACA, em 1943, como computer humano. Era um trabalho pouco reconhecido. Trabalhou durante 28 anos na NACA/NASA, na área de computadores (antes e depois da utilização de computadores eletrónicos). Em 1949, passou a coordenar uma equipa de computers formada só por mulheres. Esta cientista era especialmente genial na área da descodificação e o seu trabalho foi determinante para a implementação do Fortran (sistema de linguagem de programação criado nos anos 1950) dentro da NASA.

Mary Jackson nasceu a 9 de abril de 1921, na Virgínia. Era engenheira, mas começou a trabalhar na NACA como computer humano, em 1951. Demonstrou um talento incomum para a análise de dados e aprimoramento técnicos nos testes do chamado “túnel de vento” (que simulavam os voos). Ela fazia o trabalho dos engenheiros, mas era reconhecida apenas como computer. Insatisfeita com a forma desigual como a NASA tratava as minorias e as mulheres. Mary conseguiu assumir cargos de liderança e batalhou pela igualdade de direitos dentro da NASA.