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BE de Coimbra rejeita “discurso de louvor” da universidade como fundação.

O BE de Coimbra rejeitou, ontem, numa Conferência de Imprensa, onde estiveram presentes Catarina Isabel Martins (Professora Universitária e membro da Concelhia de Coimbra do BE) e Mariana Garrido (Estudante e membro da Coordenadora de Jovens Estudantes de Coimbra) o “discurso de louvor” à conversão das universidades públicas em fundações e alertou que essa intenção ameaça a gestão democrática das instituições de ensino superior público.

Relativamente à Universidade de Coimbra (UC), tal como a nível nacional, o BE “opõe-se completamente a esta posição”, disse Catarina Isabel Martins, que salientou a necessidade de entidades como a UC prosseguirem, “com independência, a sua missão na produção de conhecimento e na formação” académica dos cidadãos e cidadãs. “O novo regime das fundações destrói tudo quanto é a participação democrática” de professores, estudantes e funcionários, na vida das universidades.

Catarina Isabel Martins integra a Assembleia Municipal de Coimbra, eleita, em 2013, pelo movimento Cidadãos Por Coimbra, atualmente representado pelo vereador José Augusto Ferreira da Silva no executivo camarário liderado por Manuel Machado, do PS.

“A Universidade de Coimbra tem uma dimensão patrimonial que deveria assustar a própria cidade”, disse Catarina Isabel Martins, frisando que o BE recusa que a UC venha a ser administrada, enquanto fundação, por um conselho de cinco curadores, geralmente pessoas “oriundas da banca e do mundo dos negócios”, lamentando que essa hipótese esteja identificada, no caso de Coimbra, por “um discurso lançado pelo reitor”, João Gabriel Silva, que está a cumprir o segundo mandato nessas funções.

No largo D. Dinis, junto ao Departamento de Matemática da Universidade, durante a distribuição de um panfleto do BE, intitulado “Não ao regime fundacional!”, disse que o partido considera que a transformação da entidade centenária em fundação transformaria “os estudantes em clientes”, passando a “vender diplomas e não a formar cidadãos competentes”.

Mariana Garrido também defendeu idênticas posições, alertando que o regime fundacional levaria à “precarização dos laços laborais, no meio universitário”, afetando jovens docentes e investigadores. Importa que Coimbra e a sociedade local rejeitem a transformação da Universidade de Coimbra em fundação, “contra a mercantilização de um ensino superior que cada vez mais deve ser democrático e plural”, defendeu Mariana Garrido.