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Memórias: Cabaret Voltaire

No dia 5 de fevereiro de 1916, foi inaugurado, em Zurique, o Cabaret Voltaire, ponto de encontro de artistas pacifistas de todas as nacionalidades. Foi o início do Dadaísmo, uma vanguarda artístico-cultural anti burguesa. Artigo de António José André.

 

A Primeira Guerra Mundial estava às portas. Hugo Ball (filósofo, poeta e diretor de teatro) e Emmy Hennings (cantora e poeta) tinham chegado à Suíça e criaram o Cabaret Voltaire. Zurique era refúgio de vários personagens irregulares: desertores, emigrados políticos, agentes secretos, artistas, escritores, etc. 

 

Hugo Ball estava alistado no exército alemão e escolheu a Suíça como asilo. Tzara e Janco vieram da Roménia para estudar. Hanz Arp veio de Paris para se encontrar com a mãe. Richard Huelsenbeck e Hans Richter vieram da Alemanha..

 

Hugo Ball pediu a artistas plásticos, como Hans Arp, que contribuíssem com objetos de arte, e a poetas, como Tristan Tzara ou Huelsenbeck, que colaborassem com palavras poéticas. Este espaço dava aos artistas as condições para a liberdade artística. 

 

"Cabaret Voltaire" foi também o nome de uma revista criada pelo grupo de Zurique (Maio de 1916), em língua alemã e francesa. A 9 de abril de 1919, o movimento encontrou o seu apogeu e declínio numa gigantesca exposição de arte com poemas simultâneos e danças de máscaras ao som de música atonal.

 

Fora da Suíça, o dadaísmo continuou a viver. Em Nova Iorque, Marcel Duchamp continuou o dadaísmo com humor e a proposta de dessacralizar as obras de arte. Duchamp criou um alter ego feminino, Rose Sélavy, e travestia-se nas ruas de Nova Iorque.

 

Em Berlim, Huelsenbeck fundou o Club Dada, de orientação sóciocrítica. O poeta e colagista sonoro, Kurt Schwitters, era um dos seus membros.

 

Nos seus desdobramentos mais recentes, encontramos na música industrial uma mistura de futurismo com dadaísmo na banda britânica, “Cabaret Voltaire (década de 1980),  cujas performances seguem a proposta Dada .