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Pela calada

Pela calada, este Governo tem vindo a destruir os transportes públicos, cortando a eito no pessoal, no material circulante e nas linhas férreas. O ramal entre a Figueira e a Pampilhosa é um dos exemplos dessa política.

Entre boas intenções de renovação do ramal e promessas futuras, o ramal está inativo, a ser desmantelado e não há perspetivas de voltar a funcionar. Em tempos de crise, quando os transportes públicos são a opção mais económica para um número crescente de portugueses, o Governo faz tudo ao contrário. Esta conclusão é reforçada se equacionarmos as questões ambientais.

A revista francesa Science & Vie divulgou um trabalho científico onde se comparavam as emissões de gases poluentes de vários meios de transporte durante um percurso de 800 km (aproximadamente a distância entre Paris e Marselha).

O avião era o transporte mais poluente com uma emissão de 78 kg de dióxido de carbono equivalente, em segundo estava o automóvel com uma emissão de 47 kg, depois o autocarro com 20 kg de emissões e os menos poluentes eram o comboio com 2 kg e o transporte marítimo com 0,8 kg de dióxido de carbono equivalente.

A articulação entre o porto comercial e o eixo ferroviário internacional Figueira-Pampilhosa-Espanha poderia contribuir, simultaneamente, para combater as crises económica e ambiental. Poderia... Mas o dogmatismo antiecológico deste Governo orienta-nos para a continuidade da importação de petróleo, contribuindo para aumentar a nossa dívida externa.

As Beiras, 18 de Abril de 2013