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A PANDEMIA, A PRECARIEDADE E O TRABALHO DESCARTÁVEL

As trabalhadoras e os trabalhadores precários foram os primeiros, embora não os únicos, a serem lançados no desemprego. A Altice e as suas associadas Intelcia e Egor, que trabalha para a TAP, recorrem regularmente a pessoal contratado a prazo para os seus call centers. A SELT, do ramo da eletrónica, subcontrata alguns dos seus trabalhadores a uma empresa de trabalho temporário. Logo que a pandemia começou a alastrar, despediu-os todos. A Aquinos, produtora de mobiliário, obrigou os seus trabalhadores a entrar em férias. Todas estas empresas, a operar no distrito de Coimbra com grande sucesso, recorreram a diversos expedientes para porem em causa os direitos laborais dos seus trabalhadores ou daqueles a cujos serviços recorriam regularmente. Não são micro/pequenas empresas. São empresas fortes, de grande dimensão e com projeção internacional, que aproveitam a permissividade das leis laborais portuguesas e as suas lacunas ou simplesmente a pouca ação da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) para descartar trabalhadores. As empresas de trabalho temporário são uma peste pior que o COVID 19, pois recrutam mão de obra com vínculos precários, ‘disponibilizam-na’ a outras empresas que a elas recorrem e com isso contaminam todas as relações laborais dessas empresas e das do seu setor empresarial. É um autêntico mercado humano com tendência a expandir-se. As empresas de trabalho temporário devem simplesmente ser proibidas, como disse Catarina Martins, coordenadora do BE, hoje na Assembleia da República.
Estás nesta situação? Conheces algum caso, no distrito de Coimbra? Denuncia em:
https://www.despedimentos.pt/?_sfm_distrito=coimbra