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Paço de Maiorca deve ser transformado em unidade hoteleira?

Tendo em conta a sua história de edifício de distintas funções públicas, o Paço de Maiorca merecia um destino diferente. Por exemplo, o projeto do arquiteto Pedro Taborda, datado do primeiro mandato de Santana Lopes, atribuía ao Paço uma função de formação e apoio a artistas, incluindo ateliers e habitação, contemplando também a envolvente do edifício e a sua relação com o tecido social. 

A grande vantagem de um projeto com esta filosofia é que iria dar vida a Maiorca atraindo jovens qualificados que habitariam ali permanentemente, dando músculo ao tecido social da vila, contribuindo não apenas para combater o envelhecimento da população, mas também para animar a economia e enriquecer o ambiente sociocultural. 

É de realçar que, na altura, existiam fundos do Estado disponíveis para realizar o projeto e inclusivamente a disponibilidade de mecenato local para providenciar generosas contribuições. As decisões posteriormente tomadas durante o mandato de Duarte Silva, os custos que tiveram para a autarquia e o logro de uma solução para aquele espaço mereciam um apuramento de responsabilidades mais rigoroso e consequente. 

A mais curto termo, o Paço de Maiorca necessita de uma intervenção urgente para travar o acelerado processo de degradação do seu espólio e da fragilizada estrutura do edifício.

Pubicado no Diario as Beiras - 3 fevereiro de 2022