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Nordsee

Há cerca de duas semanas foi imposto mais um período de defeso à pesca da sardinha. A medida não é inédita.

É sabido que a estabilidade da população da espécie é delicada e se não são tomadas medidas pode-se repetir o que sucedeu na Grécia e na Córsega, onde as principais espécies de peixe foram extintas. No entanto, verifica-se da parte do governo, mais uma vez uma falta de diálogo e de interesse em informar e em proteger armadores e pescadores durante o defeso.

A conversa da economia do mar é pouco mais do que palavras ao vento.

O pior é que o valor comercial de outras espécies que poderiam constituir uma alternativa ao defeso da sardinha, como o carapau ou a cavala, é tão baixo que a sua captura não compensa. Falta um escoamento diversificado em terra, uma indústria e um comércio mais vocacionados para os nossos recursos marítimos e para a sua sustentabilidade.

Por outras paragens costeiras constatei que petiscos artesanais à base de peixe estão bem presentes nas ruas do norte da Europa onde pequenos stands propõem um copo de vinho e peixinhos frescos bem temperados.

No setor da restauração rápida, a Nordsee impõe-se na Europa dinamizando indústria e comércio ligada à tal economia do mar. Se por cá continuar o marasmo é bem provável que a Nordsee faça o mesmo que a IKEA fez a Paços de Ferreira, engolindo o potencial de crescimento e desenvolvimento local da nossa costa.