No dia 11 de agosto de 1973, no bairro do Bronx (Nova Iorque), um jamaicano de 16 anos organizou uma festa, que mudou para sempre a história da música pop. Naquela noite, foi inventado o hip hop.
Por causa das festas que organizava, as “block parties”, Clive Campbell, que viria a ser conhecido como DJ Kool Herc, é considerado o fundador do hip hop. Na ocasião, deu conta que o público divertia-se mais, quando tocava a parte mais rítmica das canções de funk de James Brown na ausência da letra (os chamados breaks).
Herc decidiu tirar a agulha do gira-discos, voltando manualmente para o início do break e repetinndo tantas vezes quanto necessário. Naquela festa, utilizou 2 discos iguais em 2 aparelhos para reproduzir os breaks, um após outro, prolongando a canção. No caso, foi uma versão de “Give it Up or Turnit Loose” do LP “Sex Machine”.
Esse movimento ficou conhecido como “Break Beat”. Naquela noite, o seu amigo, Coke la Rock, pegou no microfone e começou a cantar improvisadamente por cima dos breaks, num estilo que hoje é mundilamente conhecido como “rap”. Cpke la Rock é considerado o primeiro MC (mestre de cerimónia) na história do hip hop.
Naquela época, o Bronx encontrava-se em ebulição, após uma transformação urbana violenta causada pela especulação imobiliária, que levou à saída de milhares de moradores. Com a desvalorização dos imóveis, os proprietários provocavam incêndios criminosos para serem indemnizados pelos seguros.
Esse cenário contribuiu para a explosão de gangues juvenis violentas. Mas, naquela época, Herc organizava festas sem que houvessem lutas de gangues. Os bailes tornaram-se uma alternativa para os jovens do bairro. Aos casais que ensaiavam novos passos de dança a cada break beat, chamou-os de "B-Boys e B-Girls" – "b" de break.
O estilo de Campbell foi incorporado por figuras conhecidas: Grandmaster Flash e Afrika Bambaata. Foram depois estabelecidos quatro pilares essenciais da cultura hip hop: o Rap, o Djing, a Breakdance e o Graffiti.
O hip hop e o rap saíram do underground e foram incorporados na cultura pop ocidental, mas, mesmo assim, estes estilos continuam a ser a principal expressão cultural e forma de protesto contra as injustiças, por parte de muitas minorias e comunidades pobres.