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Impermeabilização

Apesar de medidas recentes, a Figueira voltou a viver um episódio de cheias repentinas, após uma forte intempérie.

A Praça Velha, a Praça Nova e o Jardim são o que resta de três bolsas fluviais que o Rio Mondego formava na sua margem direita, até finais do século XVIII. Foram sendo construídas casas à volta destas bolsas de água e quando estas foram aterradas resultaram as referidas praças com a configuração que conhecemos. Hoje, estes espaços estão altamente impermeabilizados por construção variada, estradas, parques de estacionamento, etc. O curso de água que atravessa as Abadias é entubado para poder desaguar no rio.

Quando ocorrem chuvadas fortes e repentinas, os espaços impermeabilizados da cidade fazem circular a água com maior velocidade e quando esta água suplementar encontra um obstáculo, acumula-se rapidamente gerando as indesejáveis cheias.

Se ao contrário, estas zonas sensíveis forem revestidas com pavimento poroso, relva, terra batida, saibro, etc., uma boa parte do volume de águas pluviais em excesso infiltra-se no solo e demorará longos minutos a ser escoado até ao primeiro obstáculo, dando tempo aos canais naturais ou artificiais para escoarem a água para o rio ou para o mar.

Se os parques de estacionamento ribeirinhos fossem constituídos por solos porosos e se o Jardim tivesse menos betão já seria uma grande ajuda para mitigar estes acontecimentos.