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Assadores de sardinhas

Nas zonas urbanas ou mais urbanizadas, a instalação dos assadores de rua deve obedecer a critérios claros que salvaguardem a segurança, a circulação, a estética e o bem-estar dos indivíduos e do comércio circundante. Nas restantes zonas do nosso concelho, a densidade populacional e do edificado não colocam grandes constrangimentos à instalação de assadores, sendo o critério da segurança nos meses mais quentes aquele que importa garantir. 

Sou suspeito. Sardinhas assadas é o meu prato tradicional preferido. No entanto, no meu contacto com estrangeiros que nos visitam, percebi que nenhum fica indiferente ao espetáculo dos assadores e, em geral, tem um efeito muito positivo, funcionando como uma verdadeira atração turística, como se fosse um pedacinho do nosso modo vida exposto em plena rua. Dito isto, considero que há algum desleixo na forma como se instalam e se usam os assadores, e até como se trata a própria sardinha. 

Um assador de sardinhas não é tecnologia espacial, com simplicidade e a baixo custo obtemos um assador estético, eficiente e seguro. Poderíamos evitar os assadores esturricados ao lado dos quais jazem peças, garrafas de plástico, carvão e cinzas, frequentemente expostos aos elementos. A própria sardinha não é tratada como um recurso escasso e precioso, sendo frequentemente servida com pouco mais de dignidade do que um pires de tremoços ou uma travessa de batata frita.

Pubicado no Diario as Beiras - 12  de maio de 2022