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Arejados ou não

O que nos diz a ciência sobre a Covid-19 é que os espaços fechados multiplicam consideravelmente os riscos de propagação do vírus, em comparação com os espaços abertos, ao ar livre. Em espaços fechados asseados, onde se cumpram as regras habituais de distanciação social, a probabilidade de transmissão do vírus através das superfícies é baixa. No entanto, há um fator determinante que é o arejamento dos espaços. Um local bem arejado é muito mais seguro do que um local a funcionar com portas e janelas fechadas. 

Esta é uma questão que nem todos os que gerem espaços fechados assimilaram. Continua a existir um cuidado grande na higienização das superfícies (o que é correto) mas a questão do arejamento em muitos locais de serviços, nas empresas e em estabelecimentos públicos nem sempre é abordada com o mesmo nível de precaução. 

O meu sentimento de segurança passa essencialmente por este fator. Locais com reduzidos volumes interiores e sem arejamento inspiram-me menos segurança e geralmente tenho tendência a permanecer o menos tempo possível, para minimizar a probabilidade de propagação do vírus. Importa sublinhar que quem está vacinado pode ser infetado e infetar terceiros, embora com uma probabilidade mais baixa. A vacina apenas protege os vacinados de desenvolver as formas mais malignas da doença. 

A Covid-19 está longe de estar para acabar. A taxa de vacinação em certas zonas do mundo é muito baixa (4 doses por cada 100 habitantes no continente africano) e se a vacina não tiver um efeito suficientemente prolongado, as zonas do mundo que foram vacinadas em primeiro lugar poderão voltar a ser contaminadas. Um caso figueirense que me é muito próximo e muito caro, apesar de estar na faixa etária dos 40 anos, está a lutar pela vida com o precioso auxílio dos nossos excelentes profissionais de saúde. A Covid-19 ainda não foi embora e é extremamente perigosa.

Pubicado no Diario as Beiras - 1 de julho de 2021