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Venha vento e chuva

Em Chendu, na China, na região dos pandas do Sichuan, a poluição não é uma fumaça de que se fala em abstrato. É uma realidade omnipresente que nos maus dias pode impedir o avistar do outro lado da avenida. Numa conferência sobre fusão, uma possível energia do futuro, um palestrante dinamarquês faz o ponto da situação das energias renováveis na Europa.

Os números não deixam dúvidas: as renováveis excederam, de longe, as expetativas. A Dinamarca foi pioneira na generalização das eólicas, na Europa. O caso dinamarquês foi apresentado como exemplo aquando da discussão sobre as renováveis, em Portugal. Na altura, os niilistas das alterações climáticas classificavam as renováveis como “peanuts” (amendoins).

Quando relatei ao palestrante a experiência portuguesa e rematei com os resultados publicados no Jornal de Negócios de 9 de Março deste ano, onde se relata um nível de produção de renováveis superior a 70% da produção de eletricidade durante um inverno de mau tempo, o dinamarquês levantou o punho e exclamou: “Grandes amendoins!”.

Deslumbramentos à parte, muito há por fazer em Portugal. Por exemplo, entre as propostas estratégicas da Figueira, poderia estar uma forte aposta na instalação de instituições e empresas capazes de investigar e desenvolver as renováveis. Nos tempos que correm, é uma aposta com grande potencial ganhador e com pouco ou nada a perder.

Publicado no Diário As Beiras - 20 de outubro - 2016