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O desenvolvimento tem tido em conta a coesão territorial?

Não. Se percorrermos o nosso concelho de norte a sul, do Bom Sucesso à Marinha das Ondas, são mais de 30 km de contrastes sociais e de contrastes que emanam da qualidade das infraestruturas ou dos serviços de primeira necessidade. O desenvolvimento harmonioso do concelho está longe de ser uma realidade, em particular o equilíbrio salarial ou a prosperidade das atividades económicas entre freguesias urbanas e as rurais. 

Apesar da relevância económica das unidades industriais baseadas nas zonas periféricas do concelho, o jogo está claramente viciado. Os trabalhadores que habitam nas freguesias periféricas auferem salários da parte debaixo da escala, enquanto os quadros mais bem remunerados não se sujeitam ao nível de serviços e de infraestruturas das freguesias mais periféricas. 

A precariedade dos serviços dos centros de saúde é um dos muitos exemplos que distinguem negativamente as freguesias rurais das freguesias urbanas. A falta de passeios e de equipamento de sinalética e de segurança rodoviária é gritante na maior parte das freguesias rurais do norte do concelho. 

Causam calafrios os inúmeros locais onde crianças e idosos são obrigados a caminhar em plena estrada para se deslocarem a uma escola ou a um estabelecimento comercial. Ainda temos um considerável caminho a percorrer para atingir uma coesão territorial digna do século XXI. 

Pubicado no Diario as Beiras - 7 de julho de 2022