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Mulheres na Ciência

A italiana Fabiola Gianotti é a primeira mulher a dirigir o CERN, desde a sua fundação, em 1954. Até 2020, terá a responsabilidade de gerir o maior acelerador de partículas do mundo. Fabiola foi a coordenadora de uma das experiências que contribuiu para a descoberta do bosão de Higgs.

Trata-se de um passo significativo na luta pela igualdade de direitos e de oportunidades das mulheres na Ciência. Esse percurso nem sempre foi fácil. Marie Curie foi autorizada a investigar num laboratório, na companhia do seu marido Pierre Curie, por especial favor de Paul Schützenberger, o empregador de Pierre. Na mesma época, na Alemanha, outra investigadora em física nuclear, Lise Meitner, foi obrigada a trabalhar na cave do Instituto Kaiser Guilherme. Os seus colegas do sexo masculino recusaram-se a trabalhar no mesmo piso que uma mulher.

Mais tarde, aquando dos primeiros voos espaciais tripulados, os EUA apenas permitiram o treino de mulheres, no final dos anos 70, sendo a primeira astronauta americana, Sally Ride, lançada apenas em 1983, 20 anos depois de Valentina Tereshkova. John Glenn, o primeiro astronauta americano, foi lapidar sobre o assunto: “a guerra e os aviões são assuntos para homens”.

À nossa escala local, já existe uma omnipresença feminina nos vários setores, mas nos lugares de decisão, a progressão tem sido lenta. E a América vai ter uma mulher presidente.

 

Publicado no Diário as Beiras  - 10/03/2016