Share |

Mais 4 anos de ramerrame?

Concorde-se ou discorde-se, as declarações de João Paredes sobre o executivo camarário levantam questões relevantes para o concelho. Apesar da recuperação do controlo das contas e da credibilidade da câmara, transparece uma grande falta de motivação do executivo para atacar os outros grandes eixos da governação local. Nas palavras de João Paredes é o tal “piloto automático”.

Qualquer exercício de governação requer pessoas tecnicamente preparadas, motivadas e com ideias. O que é perturbador em relação a este executivo camarário é que as pessoas melhor preparadas são as que parecem mais alheias ao exercício das suas funções e a motivação parece estar sempre do lado daqueles a quem menos qualidades se conhece.

Nas conversas entre os figueirenses mais interessados e interventivos é invariavelmente citado o potencial da Figueira para apostar em vários domínios. Mas sobretudo é lamentada a incapacidade do executivo de aproveitar esse potencial para mobilizar em torno de grandes eixos como a qualidade do emprego num concelho altamente industrializado, sobre o ambiente e a defesa da costa, sobre a estratégia do turismo, sobre a ligação do concelho ao mar, etc.

Falta uma equipa camarária sólida que mobilize a cidade para mais vastos objetivos estratégicos de desenvolvimento. Aos que estão do lado de fora, mais do que palavras, exige-se mobilização para gerar alternativas.

Publicado no Diário As Beiras - 22 setembro de 2016