O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal agendou uma greve para o próximo 1º de maio. O sindicato revindica não apenas progressões de carreira e salários mais justos, mas também o encerramento das grandes superfícies ao domingo e feriados.
A revindicação afetará sobretudo os supermercados das cadeias Pingo Doce, Continente, Jumbo e Minipreço, com as quais os trabalhadores têm vindo a negociar sem sucesso há mais de 2 anos e meio, sendo sujeitos a inaceitáveis pressões e intimidações de vários tipos.
O trabalho ao domingo e aos feriados imposto a muitos trabalhadores impede uma vida familiar regular e saudável, sob as justificações de uma hipotética diminuição da taxa de desemprego e de um hipotético contributo para o aumento do PIB (Produto Interno Bruto).
No entanto, está mais do que estudado que este tipo de grandes superfícies é responsável pelo encerramento do pequeno comércio de proximidade que emprega mais trabalhadores e que faz circular os rendimentos do próprio comércio nas regiões, nas cidades e nas vilas onde está instalado.
Ao contrário dos híper e supermercados que concentram a riqueza em poucas famílias abastadas do país e, pior, são responsáveis pela saída para o estrangeiro, principalmente para a Holanda, de receitas de impostos através de variados esquemas de otimização fiscal.
Em suma, é um negócio extremamente rentável que concentra a riqueza em vez de distribuir e que contribuí para que o país fique mais pobre através da canalização dos impostos para o estrangeiro.
A vitória da revindicação dos trabalhadores contribuiria para uma sociedade mais humana, menos consumista e ainda para a moralização fiscal das referidas empresas.
Publicado em LUX24 - 29 de abril de 2019