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Erasmus

Há cerca de 20 anos, estudei durante um semestre, na Universidade de Pádua, com uma bolsa Erasmus. A viagem de Lisboa para Milão foi a minha primeira viagem de avião. Tal como eu, muitos estudantes europeus tiveram a sua primeira oportunidade de internacionalização, graças ao programa Erasmus.

Aquilo que até à data era apenas privilégio dos filhos dos ricos, passou a estar ao alcance de alunos de todos os extratos sociais. O Erasmus é um dos programas europeus mais bem conseguidos, que tem promovido uma verdadeira cidadania europeia. Pessoalmente, o conhecimento da língua e a experiência no país foram determinantes para construir laços sólidos com aqueles que são hoje os meus principais parceiros de trabalho, em Bolonha.

Na passada semana, tive o privilégio de visitar e apresentar seminários na Universidade Técnica de Praga, graças ao programa Erasmus para investigadores. Estes breves dias permitiram-me estabelecer laços e novas colaborações com parceiros checos.

Em breve, poderemos partilhar e otimizar recursos e contribuir um pouco para fazer funcionar a Europa como um espaço amplo de investigação, transparente a fronteiras, tal como o fazem os Estados que constituem os EUA. Apesar destes passos positivos, o parco investimento, a desvalorização

dos recursos humanos e o défice de investigação nas empresas são questões importantes a ultrapassar no futuro da ciência europeia.