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A14

O traçado e o sistema de portagens da A14 não foram projetados a pensar na segurança e na eficiência da ligação rodoviária entre a Figueira e Coimbra. Claramente, as prioridades foram apresentar obra feita e cobrar portagens a todo custo. Volvidos cerca de 15 anos, desde a abertura da secção da A14 com portagens, a sua taxa da utilização continua a ser extremamente baixa. Será rentável? 

Grande parte dos figueirenses, que se deslocam todos os dias de automóvel para Coimbra, utilizam a opção rodoviária menos segura, a chamada “estrada do rio”. Outros, com menos pressa, optam pela EN111, a partir de Montemor-o-Velho, e apenas uma escassa minoria escolhe o percurso da A14, de longe o mais seguro, mas incomportavelmente mais caro. 

Quem pode pagar 5€ por dia, ida e volta? Quem serve a A14? Ou melhor, a quem serviu a construção da A14? Terão sido os mesmos que decidiram entubar um afluente do Mondego com tubagem “de recurso”, “não adequada a estradas” (cito técnicos da Câmara), aquando da construção da secção Figueira – Montemor, há cerca de 22 anos? 

O tempo do chico-espertismo da construção desenfreada e descuidada de autoestradas, nos anos 80 e 90, já lá vai, mas ainda pagamos as consequências de irresponsabilidades passadas. Os responsáveis pela obra certamente ainda andam por aí e, provavelmente, alguns a viver bem. É o momento ideal para prestarem contas.