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Transportes e regionalização

O setor dos transportes é apenas um setor, entre muitos outros, que só teria a ganhar com a regionalização. No caso do distrito de Coimbra, o estado de inação da articulação do transporte local com as escalas regional e nacional, é confrangedor. Parece que uma mosca tsé-tsé picou os executivos da Figueira e de Coimbra.

As duas cidades continuam com um serviço ferroviário local sofrível, demasiado dependente da Linha do Norte. Quando se renovou o aeroporto do Porto ou quando se discutiram as possíveis soluções para o novo aeroporto de Lisboa, discussão recentemente retomada, o distrito não reagiu.

Os horários dos comboios de longo curso continuam a não responder às necessidades atuais. Às 5 horas da manhã levantam os primeiros voos no aeroporto de Lisboa, mas o primeiro longo curso só permite fazer o check-in a tempo para voos depois das 9 e meia. O mesmo comboio não garante a um passageiro proveniente do norte, chegar a horas a uma reunião iniciada às 9 horas da manhã no centro de Lisboa.

Para os executivos do distrito parece ser igual se o novo aeroporto for construído na margem direita ou esquerda do Tejo, ou se o aeroporto for servido por uma linha de comboio de longo curso ou se for necessário recorrer a táxis para ir da Gare do Oriente ao Montijo. Não se discutem as soluções e as alternativas para quem vem do norte, parece ser tudo igual.

Publicado no Diário As Beiras - 9 de março de 2017.