Ao contrário do que insinuam os populistas, a democracia sempre se deu bem com movimentos independentes e partidos, uma coisa não atrapalha a outra. Há bons e maus exemplos de eleitos entre quadros partidários e independentes.
Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro são exemplos de candidaturas independentes vencedoras que surgiram apenas para bloquear processos judiciais em curso, fazendo uso de um discurso populista antipartidos, os mesmos partidos que os expulsaram merecidamente.
Curiosamente na Figueira surgiu um movimento independente por motivos contrários, surgindo em oposição a um candidato então arguido e cujo partido não foi capaz de afastar. Quatro anos depois, uma das principais críticas ao Movimento 100% é a de que se assemelha aos partidos políticos.
Pudera, tal como os partidos, o Movimento 100% é constituído por homo sapiens e teve que refletir em temas complexos, trabalhar e tomar decisões, algumas delas bem difíceis! E é aqui que todos esbarram: independentes e partidos.
Em geral, os partidos têm a vantagem de ter amadurecido e trabalhado mais tempo os temas políticos com associações, sindicatos, etc. Em geral os independentes estão menos agarrados a dogmas e as suas estruturas têm menos vícios.
Mas no fim de contas quem melhor refletiu, auscultou populações e trabalhou as questões políticas é em geral quem decide melhor, não há volta a dar-lhe. É isto que os populistas não percebem e é por isso que são perigosos.
As Beiras, 14 de Março de 2013