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Solidariedade com o/as Professore/as

Foto de Helena Ribeiro

O Bloco de Esquerda de Coimbra manifesta a sua solidariedade com a luta dos professores contra a inútil e humilhante Prova de Avaliação de Conhecimentos.

Inútil porque de modo algum serve os seus propalados objetivos de contribuir para a melhoria da qualidade de ensino. Humilhante e obtusa porque desqualifica as próprias instituições de ensino superior, que não só formam e avaliam professores, como lhes proporcionam e avaliam estágios pedagógicos, indispensáveis para acesso à profissão, passando-lhes um atestado de incompetência. A prova em questão constitui um exercício de gritante e absurda nescidade, tanto mais que os professores que agora se pretende submeter a uma prova de avaliação para apurar da sua suposta qualidade pedagógica e científica, já são submetidos todos os anos a uma avaliação bem mais exigente que passa por ter aulas assistidas. Avaliação, essa que tem repercussões na sua carreira profissional.

Se o objetivo fosse a melhoria da qualidade de ensino, como compreender medidas políticas deste governo no sentido de aumentar o número de alunos por turma, tornando ainda mais difícil, se não impossível um acompanhamento individualizado dos alunos com dificuldades de aprendizagem? Ou o corte drástico de professores de educação especial que coloca em causa a escola inclusiva e para todos e o direito das crianças e jovens com necessidade educativas especiais a uma educação de qualidade que responda às suas necessidades educativas? Como compreender os sucessivos cortes financeiros que ao mesmo tempo que asfixiam a escola pública e afunilam as ofertas educativas se mostram de magna generosidade para os colégios privados, duplicando a oferta educativa e despejando largos milhões que financiam interesses privados que, na sua maioria, veem a educação não como um serviço público, mas como um negócio?

O Bloco de Esquerda acompanha todos e todas que estão contra esta prova, sindicatos, associações, pais, mães, docentes e apela a que toda a comunidade educativa lute em defesa da escola pública. Apelamos aos professores que recusem o serviço relacionado com a prova, assim como renunciem à vigilância da prova dos seus colegas.

Apelamos a todos os cidadãos e cidadãs para lutarem ao lado dos professores com determinação, sabendo que no dia 18 de dezembro não podemos deixar que Nuno Crato imagine que possa continuar a atacar esta classe profissional com o apoio da opinião pública. Só o desconhecimento, a desinformação podem levar à concordância com tal barbárie.

O BE não compreende que se ataque onde dói mais, naqueles que têm como função ensinar as futuras gerações, aqueles que servem de exemplo e que são o espelho de uma escola pública, inclusiva e democrática.