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Linha do Oeste e Ramal da Figueira da Foz: a complementaridade necessária

Recentemente, abordei aqui a urgência da modernização da Linha da Beira Alta, incluindo a reabilitação do Ramal da Figueira da Foz. Desenvolverei agora a necessidade da articulação destas linhas com a linha do Oeste, proveniente de Cacém (Lisboa). Por José João Lucas.

A Linha do Oeste, conforme vários estudos têm comprovado, designadamente de autores como Manuel Tão, Nelson Rodrigues de Oliveira, entre outros, tem viabilidade económica desde que seja resolvido, de forma competente, o modo de circulação na sua confluência com o ramal de Alfarelos, adequando-o à maior frequência de passageiros que, do sul, se dirigem a Coimbra. Esta adequação não pode, obviamente, deixar de ter em consideração a sua ligação à Figueira da Foz, não só para circulação de passageiros, mas sobretudo de mercadorias/1.

A ligação ferroviária, de forma funcional, de unidades industriais e agro-industriais desde Torres Vedras, Caldas da Rainha, Pataias, Maceira, Martingança, Marinha Grande, Leiria, Leirosa, entre outras, ao porto da Figueira da Foz é uma prioridade para toda esta região do oeste. Igualmente, não podem ser ignoradas as potencialidades da articulação da Linha do Oeste com o ramal que desta cidade segue para a Pampilhosa, principalmente no que diz respeito ao escoamento das mercadorias desde Lisboa, promovendo consideravelmente a libertação da Linha do Norte, que, como se sabe, está altamente congestionada quanto a este tráfego.

Já referi anteriormente o projeto da plataforma logística rodoferroviária na Pampilhosa, da iniciativa da Câmara Municipal da Mealhada, que poderá, assim, estabelecer uma ligação muito dinâmica entre os portos de Figueira da Foz e de Aveiro, a subregião do Oeste e toda a Região Centro, com vista ao transporte internacional de mercadorias, através do corredor da linha da Beira Alta.

A eletrificação da Linha do Oeste parece, finalmente, ter sido agora incluída nas opções imediatas de renovação de infrestruturas ferroviárias, no âmbito do próximo QREN. Contudo, isso não chega. Pensar estas várias linhas ferroviárias como uma rede multifuncional de efeitos potenciadores de desenvolvimento é o que se exige aos responsáveis nacionais, regionais e locais.

1/Veja em: http://www.cm-peniche.pt/_uploads/PDF_Noticias/LinhadoOeste_EngNelsonOliveira.pdf