Apesar das dificuldades decorrentes da crise, a geração que nasceu depois do 25 de Abril está aí, pronta a integrar em pleno a vida do país, pronta a pôr em prática o conhecimento e a energia que quatro décadas de escolaridade pública e de saúde universal ofereceram às novas gerações.
Mais do que nunca emergem jovens com competências muito desenvolvidas em vários domínios, na arte, na ciência e na cultura. Alguns já são referências mundiais na sua área. Sabem usar da linguagem e do espírito crítico com uma sofisticação que deixa a anos-luz o bolor que predominava entre as elites do nosso país até 1974.
Em tempos de envelhecimento contínuo da população, é necessário mais do que nunca não deixar esta fonte de energia, criatividade e competência fugir do país. Estas gerações precisam de sentir que o país já é delas e que contamos com o seu contributo para construir uma democracia mais madura, com os que já cá estavam e com as gerações vindouras.
O discurso do Nuno Camarneiro na sessão do 25 de Abril da Assembleia Municipal é um reflexo das expectativas destas gerações e da esperança que nos poderão transmitir. O Nuno que nasceu depois de Abril, cujo percurso de vida, como muitos da sua geração, estou certo, encheria de orgulho o Capitão Salgueiro Maia e os seus homens. Isto não tem sido um caminho de rosas, mas valeu a pena.
Publicado no Diário As Beiras -27 de abril de 2017.