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19 SET: BE visitou a Mata da Margaraça

O BE visitou a Mata da Margaraça, coração da Paisagem Protegida da Serra do Açor, no concelho de Arganil. Encabeçada por José Manuel Pureza, a delegação do BE foi recebida por Teresa Fidelis, Diretora Regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, e por técnicos deste Instituto.

Ao longo do percurso pela Mata, foi possível confirmar a capacidade de regeneração desta floresta, composta por carvalhos, castanheiros, loureiros, azereiros, azevinho, entre outras espécies nativas. De acordo com os técnicos do ICNF, o violento incêndio de Outubro de 2017 atingiu cerca de 90% da área da Mata. Mas as chamas perderam altura e intensidade ao entrar no perímetro da área classificada, graças às características do ecossistema, que em dois anos recuperou já grande parte do seu esplendor, beneficiando também da dedicação e do profissionalismo das equipas do Instituto.

Entre os trabalhos que vêm sendo realizados, no âmbito do projecto de recuperação da área ardida, está o controlo de espécies invasoras como as acácias e de plantas “oportunistas” como as giestas, a gestão selectiva de combustíveis, com uma criteriosa retirada da madeira queimada, e a reposição de sinalização.

A equipa do ICNF deu ainda conta do projecto de alargamento da área ocupada por espécies autóctones, quer através de acordos com proprietários dos terrenos contíguos à área actualmente ocupada, quer através do alargamento do perímetro da própria Mata Nacional.

Visitada anualmente por cerca de 6 mil pessoas, a Mata da Margaraça mantém-se como uma jóia do património natural português e é um exemplo formidável da capacidade de resistência ao fogo e de regeneração das espécies autóctones. No seu programa, o BE defende “a redução da área de eucalipto no âmbito de um plano de reflorestação nacional, que combata as plantas invasoras com espécies autóctones, para melhor adaptação às alterações climáticas e regulação do ciclo da água” e a “valorização da plantação de espécies autóctones e respetivos processos de transformação na proximidade, como forma de combater o despovoamento e garantir mais valor e sustentabilidade à produção florestal”. E reforça, após esta visita, a necessidade de “recuperação do Corpo de Guardas Florestais e Vigilantes da Natureza” e de reforçar “os meios humanos e tecnológicos do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas”.